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Protocolo de Transplante Hepático

Hospital Universitário Walter Cantídio

Coordenação: Serviço de Hepatologia e Cirurgia

Última atualização: Janeiro 2023

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Objetivos do Protocolo

Objetivos
  • Padronizar condutas no transplante hepático
  • Otimizar recursos hospitalares
  • Garantir segurança do paciente
  • Reduzir complicações pós-operatórias
  • Melhorar desfechos clínicos
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Equipe Multidisciplinar

Médicos

  • Hepatologistas
  • Cirurgiões
  • Anestesistas
  • Intensivistas

Enfermagem

  • Enfermeiros
  • Técnicos
  • Coordenador

Farmácia

  • Farmácia clínica
  • Imunossupressão

Apoio

  • Psicólogos
  • Nutricionistas
  • Assistentes sociais
Equipe multidisciplinar
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Indicações para Transplante Hepático

Pacientes com doença hepática em estágio terminal sem outras opções terapêuticas

Indicações mais comuns:

  • Cirrose descompensada (Child-Pugh B/C)
  • Carcinoma hepatocelular dentro dos critérios de Milão
  • Doenças colestáticas (PBC, PSC)
  • Falência hepática aguda (critérios de King's College)
  • Doenças metabólicas (amiloidose, doença de Wilson)

Critérios de exclusão absoluta:

  • Infecção ativa não controlada (incluindo HIV com carga viral detectável)
  • Neoplasia extra-hepática (exceto câncer de pele não melanoma)
  • Doença psiquiátrica grave não controlada
  • Adesão inadequada ao tratamento
  • Doença cardiopulmonar avançada irreversível
  • Dependência ativa de álcool/drogas (período mínimo de abstinência requerido)
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Escore MELD

O Model for End-Stage Liver Disease (MELD) é utilizado para priorizar pacientes na lista de espera para transplante hepático.

Bilirrubina

(mg/dL)

INR

Coagulação

Creatinina

(mg/dL)

Fórmula MELD = 3.78×ln(bilirrubina) + 11.2×ln(INR) + 9.57×ln(creatinina) + 6.43

Interpretação:

≤9: Baixo risco 10-19: Intermediário 20-29: Alto risco ≥30: Muito alto
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Fluxograma de Avaliação Pré-Transplante

1
Indicação para Transplante

Paciente com doença hepática terminal

2
Avaliação Inicial

Consulta com hepatologista e cirurgião

3
Exames Complementares
  • Laboratoriais
  • Imagem
  • Avaliações especializadas
4
Reunião Multidisciplinar

Discussão do caso pela equipe de transplante

5
Inclusão na Lista de Espera

Atribuição de escore MELD/PELD

* Fluxograma simplificado - consultar protocolo completo para detalhes

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Exames Pré-Operatórios

Laboratoriais

  • Hemograma completo
  • Bioquímica (TGO, TGP, FA, GGT, bilirrubinas)
  • Coagulograma (TP, TTPA, INR, fibrinogênio)
  • Função renal (ureia, creatinina, eletrólitos)
  • Marcadores virais (HBsAg, anti-HBc, anti-HCV, HIV)
  • Tipagem sanguínea e painel de anticorpos

Imagem

  • Ultrassom abdominal com Doppler
  • Tomografia computadorizada de abdome
  • Ressonância magnética de abdome (se indicado)
  • Angiografia (em casos selecionados)
  • Raio-X de tórax
  • Densitometria óssea (se indicado)

Cardiológicos

  • ECG de 12 derivações
  • Ecocardiograma transtorácico
  • Teste ergométrico (se indicado)
  • Avaliação cardiológica completa
  • Cateterismo cardíaco (em casos selecionados)
Exames médicos
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Procedimento Cirúrgico

Fases do Transplante

1

Hepatectomia

Remoção do fígado doente com preservação das estruturas vasculares e biliares

2

Implante do Enxerto

Anastomoses vasculares (veia cava, veia porta, artéria hepática) e reconexão biliar

3

Reperfusão

Restabelecimento do fluxo sanguíneo ao enxerto hepático

Dados Cirúrgicos

Parâmetro Valor Médio
Tempo cirúrgico 6-12 horas
Isquemia fria máxima 8-12 horas
Transfusão sanguínea 4-8 concentrados
Dreno abdominal Sim (2-5 dias)
Anatomia hepática

Desafios Técnicos

  • Anastomose arterial (artéria hepática pequena)
  • Reconstrução do ducto biliar (risco de estenose)
  • Hemorragia (coagulopatia pré-existente)
  • Espaço reduzido (especialmente em crianças)
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Cuidados Pós-Operatórios

UTI (1-3 dias)

  • Monitorização hemodinâmica invasiva
  • Ventilação mecânica (12-24h)
  • Controle hídrico rigoroso
  • Monitorização da função do enxerto
  • Profilaxia de infecções (antibióticos, antifúngicos)

Imunossupressão

  • Esquema triplo inicial (tacrolimus, MMF, corticóide)
  • Níveis alvo de tacrolimus: 8-12 ng/mL (inicial)
  • Redução progressiva de corticóide (3-6 meses)
  • Monitorização de efeitos adversos (nefrotoxicidade, DM)
  • Profilaxia para CMV (valganciclovir em risco alto)

Monitorização

  • Função hepática diária (TGO, TGP, bilirrubinas)
  • Ultrassom com Doppler (fluxo vascular)
  • Biópsia hepática (se disfunção do enxerto)
  • Níveis de imunossupressores
  • Marcadores de infecção (PCR, leucócitos)

Complicações Precoces (≤30 dias)

Hemorragia (15-20%)
Trombose vascular (5-10%)
Disfunção primária (5-15%)
Infecções (20-30%)
Rejeição aguda (10-20%)
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Follow-up Pós-Transplante

Primeiro Ano:

1

1ª Semana: Consultas diárias

Avaliação clínica, laboratorial e ajuste de medicações

2

1º Mês: Consultas semanais

Monitorização de função hepática e imunossupressão

3

1º Trimestre: Consultas quinzenais

Redução progressiva de imunossupressão

4

1º Ano: Consultas mensais

Estabilização do esquema imunossupressor

Longo Prazo (>1 ano):

1

Consultas trimestrais

Avaliação clínica e laboratorial

2

Exames anuais

Imagem, densitometria, colonoscopia

3

Monitorização de comorbidades

Hipertensão, diabetes, dislipidemia

4

Avaliação de qualidade de vida

Retorno às atividades, saúde mental

Complicações Tardias (>30 dias)

Rejeição crônica (5-10%)
Recidiva da doença (varia)
Efeitos adversos (30-50%)
Neoplasias (5-15%)
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Obrigado!

Protocolo de Transplante Hepático - HUWC

Contato: (85) 3366-8000

transplante@huwc.ufc.br

Fortaleza - CE

Apresentação desenvolvida pelo Serviço de Transplante Hepático do HUWC

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